Em 2015, três amigas apaixonadas por literatura perceberam um desequilíbrio nas suas estantes: a maioria dos livros que possuíam eram escritos por homens. Motivadas por essa constatação, elas decidiram criar o “Leia Mulheres”, um coletivo literário voltado para incentivar a leitura, o debate e a divulgação de obras escritas por mulheres. O projeto teve início em São Paulo e rapidamente ganhou força nas redes sociais, espalhando-se por todo o Brasil. Em agosto de 2015, Porto Alegre recebeu o primeiro encontro do “Leia Mulheres” no Rio Grande do Sul, e desde então, o projeto tem sido uma presença constante na cena literária do estado, completando nove anos de atividades.
Em setembro de 2018, o “Leia Mulheres” chegou a Guaíba, sob a coordenação das escritoras Mauren Kayna e Débora Jardim. Ao longo do tempo, as escritoras Liane Tonelotto e Aline Zimmer também integraram a equipe organizadora na cidade. Os encontros do projeto em Guaíba ocorriam em locais como cafeterias, durante a Feira do Livro, e em escolas. Com a pandemia, as atividades migraram para o ambiente virtual, o que trouxe a oportunidade de interagir com leitoras de outros estados e até de outros países.
Como participante, pude presenciar o impacto do “Leia Mulheres” em diversas cidades. Um dos momentos mais marcantes foi quando convidei o grupo para realizar uma edição do projeto com os alunos do ensino médio da Escola Augusto Meyer, onde eu trabalhava como professora. A leitura e análise de “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, resultou em um sentimento de orgulho entre as alunas, que se viram representadas e inspiradas ao ver mulheres conquistando espaço de destaque no mundo literário. O projeto “Leia Mulheres” continua a promover a importância da leitura de obras escritas por mulheres, contribuindo para um cenário literário mais inclusivo e diverso. Procure um grupo de leitura mais próximo e participe você também.
#porumaGuaíbaquelê
Até a próxima leitura,
Michelle Azambuja Kaiser.
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