Jornal Nova Folha Regional | Guaíba e Região

 Nesta terça-feira, Marina completou 8 anos. Meu bebê pequeninho se transformou em uma moça que hoje passa mais tempo conversando e brincando com os amigos do que com os adultos. 
Marina é uma menina linda, inteligente e muito intensa! Bem próximo ao aniversário, recebemos um laudo de superdotação e altas habilidades e nos encontramos diante de explicações para determinados comportamentos que nos inquietavam tanto, que não eram “normais” como na maioria das crianças neuro típicas. 
Montamos um quebra-cabeças para o qual olhávamos as peças tentando chegar ao resultado por muito tempo. Um misto de alívio por agora compreender, misturado com a abertura de um mundo totalmente novo para explorar e estudar, para compreender e auxiliar cada vez mais, para que ela tenha uma vida leve diante de tanta informação (aqui, abro parênteses para colocar meu agradecimento mais sincero, do fundo do coração, às profissionais que nos acompanharam e acompanham nesse processo)!
Minha filha é uma criança única e incrível, assim como os filhos de vocês. Cheia de dúvidas e soluções, dona de tantas ideias - que às vezes se confunde em meio a elas. Essa pessoinha que me ensina que nosso pensamento não precisa ser linear, ele pode ser arborizado, embora possa ser um pouco mais difícil de organizar tanto raciocínio que acontece rapidamente! Ela mostra que é possível ir de um ponto a outro fazendo muitas curvas e mudanças de rotas.
Marina, que me faz ver o mundo de uma forma mais simples, porque de complexo já bastam nossos pensamentos. Juntas aprendemos a resolver missões que a vida nos impõe, sempre com muito, mas muito amor e cuidado. Essa criança que me ensina que a vida é hoje, porque é imprevisível, assim como ela, muitas vezes. Aprendemos, no dia a dia, que precisamos ser maleáveis, porque assim a vida fica mais leve.
Desejo que a mesma vida que traz desafios e ensina, também traga cada vez mais oportunidades de se divertir, saber lidar com as emoções, aprender com as outras pessoas e ser feliz. Voa, minha pequeninha não mais tão pequena assim. A mãe, que agora, depois de completar oito anos, deixou de ser mamãe, está e estará sempre aqui para tudo!