É considerada como uma espécie de parafilia, ou seja um comportamento fora do padrão normal que produz excitação sexual, que pode advir de diversas fontes, servindo de estímulo, tanto pela representatividade de objetos, fantasias, ou ainda, pela dominação, humilhação e sofrimento.
Hoje muitas práticas consideradas parafílicas no passado, foram admitidas pelas sociedades como naturais, dentro de certo padrão aceitável, como variações criativas, embora a fonte do prazer venha desses estímulos psicológicos ou corporais. No entanto, outras práticas em excesso abusivas podem causar transtornos parafílicos de conduta, de personalidade antissocial, obsessiva compulsiva, levando a necessidade de tratamento terapêutico. A hibristofilia é a atração, desejo e admiração que produz excitação pelo mau comportamento. Comumente atração é causada pela delinquência fora da lei que induz a criminalidade, onde o risco e medo sejam as fontes atrativas.Talvez em uma explicação eufemística romanceada, guardada as proporções, seja o motivo de muitos jovens optarem pelo que se excedem nos limites impostos pelos padrões morais. Razão de optarem conforme a expressão inglesa, pelos “ bads”, em busca de maiores prazeres. O que foi o caso mais famoso no mundo do casal Bonnie e Clyde, mesmo criminosos foram glamourizados, tornando-se celebridades transformado seu romance e suas histórias em filme.
O primeiro a fazer este estudo nesse tipo de comportamento foi o famoso psicólogo e sexólogo John William Money nos anos 50, aquele que desastrosamente criou a teoria da Fluidez de Gênero para um dos irmãos gêmeos David e Bruce Reimer. Foi constatado que a hibristofilia possui maior incidência nas mulheres, cujas causas não estão ainda de modo conclusivo pela ciência. Recentemente no Brasil ficou evidenciado isto com dois “Serial Killers”. O Maníaco do Parque, que chegou a casar com uma admiradora, separando depois, e o de Goiânia, ambos recebem centenas de cartas, segundo informações de seus respectivos presídios, de mulheres apaixonadas, muitas solicitando casamento e visitas íntimas.Alguns estudiosos apontam como possíveis causas, pais dominadores e agressivos como possíveis fontes causadoras.
A hibristofilia social em sentido amplo conotativo pode ser aplicado nas sociedades que cultuam políticos corruptos que cometeram delitos, e ainda voltam ao cenário com expressa admiração e votação, embora tenham em seus currículos crimes de fato. Há pouco tempo uma escola de samba do Rio de Janeiro que foi campeã, teve seu enredo em homenagem ao Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, cuja história mostrou ter sido no passado um criminoso, mantendo um exército de cangaceiros, que saquearam, roubaram, estupraram e mataram pessoas. Embora aqueles que cultuam, entendem ser um revolucionário, como tanto outros que cometeram ilícitos neste país e em alguns casos são considerados heróis.
A hibristofilia, ainda, é um mistério para ciência que faz, inclusive, as cantoras funkeiras feministas paradoxalmente, utilizarem nas letras de suas músicas bordões de submissões, humilhações, dominações e agressões. Afinal como diz a letra da música, “um tapinha não dói”.
O texto acima expressa a visão do(a) colunista, não necessariamente a do Jornal Nova Folha Regional
Comentários: