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Quinta-feira, 05 de Dezembro de 2024
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Jorge Cabral

 SANTO DE CASA NAO FAZ MILAGRES 

A paciência é virtude  para  progresso.  

Jorge Cabral
Por Jorge Cabral
 SANTO DE CASA NAO FAZ MILAGRES 
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        Encontramos no Evangelho de Marcos a seguinte passagem: “Jesus lhes disse: “Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra”.”E não pode fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los”. 
Nesta passagem  Jesus expressa o sentimento de não ser reconhecido   em  sua própria  cidade e até mesmo em sua casa,  como  aquele  que  foi  enviado por  Deus.  Menciona em sua observação a incredulidade  de seus  conterrâneos em relação a ele,  pois  não acreditavam  que era dele  a missão messiânica. Embora reconheciam  em suas palavras   uma  grandiosidade  de ensinamentos e sabedoria de  amor ao próximo  em seus  gestos. Fatos que não foram  suficientes para que os moradores de Nazaré acreditassem nele como  uma pessoa especial. O povo  limitava a  indagar de onde vinha aquele conhecimento, vez que  era o filho do carpinteiro, e falava do que nunca havia se pronunciado sobre  as escrituras sagradas.  Jesus sentiu  em seu próprio meio a dificuldade  de sua missão, encontrou uma espécie de   preconceito de seus co-irmãos   em  ser aceito como o enviado de Deus por ser próximo  a  eles.  Embora naquele momento  tivesse levado  o consolo  e solucionado problemas para quem precisasse,   confortando   corações sofridos. No entanto a cegueira da incredulidade  fez que achassem que não poderia ser Jesus   o  messias.  
Um dos motivos que fizeram duvidarem de Jesus, foi  sua humildade, pois diziam eles da onde   vem sua  sabedoria, vez que nunca tinham visto  o filho do carpinteiro se manifestar em público. 
É sabido   que Jesus passou a pregar após  seus trinta anos,  embora  fosse  espírito de luz e modelo de perfeição de sentimentos sublimes.  Buscou   o momento certo depois   da experiência e amadurecimento  pela idade,   conhecimentos e na preparação  para pregar o Evangelho. Interessante nesta passagem  é que Jesus afirma que o próprio ambiente  incrédulo  impossibilitou que ele     produzisse  milagres pela falta da fé.  Aqui  numa análise mais acurada pode-se entender  pela  interpretação que se pode dar   a palavra milagre, quanto sua efetiva definição   etimológica  como significado  de algo  admirável e maravilhoso. Portanto naquela  situação constrangedora  e hostil, sentiu-se    desconfortável   em sua própria terra. Razão pela qual  a referida expressão  tornou-se ditado popular até os dias de hoje,  de que “Santo de casa não faz milagres.
” O que aliás é comum sermos menos valorizados  em nossos ambientes próximos  do que em outros   distantes, em relação  as nossas  qualidades.    Evidente que Jesus em sua sabedoria, utilizou  tal expressão  para ensinar que somos mais reconhecidos quando estamos mais distantes  de   que por aqueles que estão acostumados a  estar conosco. A psicologia atribui   esse comportamento  para explicar   que temos dificuldade em atribuir qualidades  àqueles que estão próximos a nós,  por entender que somos  semelhantes nas qualidades e defeitos. Portanto, expressamos  menos demonstração de  admiração e em muitos casos  desdenhamos  as qualidades pelo convívio.  Razão pela qual  produzimos menos elogios e agrados,  considerando, ainda,  que aqueles que nos amam já estão conquistados, e necessitamos agradar aos outros que ainda não nos estimam.  Quanto mais longe, mais se parece perfeito, pois aquele que assim se parece procura  demonstrar as qualidades do bem, passando despercebido o outro lado pela falta da intimidade e   convivência.  Às vezes a valorização  daqueles que estão perto a nós, só é percebida com o afastamento,  quando  observa que  outros nos reconhecem. Ocasião que passamos a ser admirados  em nosso meio. A  Doutrina Espírita ensina  que as  reencarnações  neste planeta são  de provas expiações. Portanto,  por essa filosofia espiritualista  os ambientes para onde retornamos, na maioria das  vezes  possuímos débitos comportamentais do passado,  e em muitos casos trouxemos ou produzimos o sentimento da antipatia, o que faz recrudescer   tais comportamentos, embora apagados da memória temos a percepção   intuitiva. O que faz ser uma luta constante   vencer animosidades e naturalmente a falta de admiração por alguns  que estão próximos. A paciência é virtude  para  progresso.  
 No caso de Jesus,  nem mesmo os irmãos biológicos  creram nele, não se deram por  conta da excepcionalidade  da perfeição de seus  sentimentos.  Desdenharam apenas  por causa da aproximação  comparando-se  a ele. Portanto  vamos valorizar quem está perto de nós, enxergando  também suas qualidades. Às vezes ficam encobertas, por nossas vaidades, soberbas, invejas e egoísmos e principalmente pela falta de humildade em reconhecer alguém  especial que está   próximo  de  nós.  Um dia tudo ficará  explicado e claro como disse Paulo de Tarso, para aquilo que ainda não temos o entendimento completo.

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