Quando precisamos do silêncio

Pensando sobre o que escrever nessa semana, vi que não tinha assunto. Em seguida, me dei conta de que estou em uma correria com final de semestre do Doutorado, Marina, trabalhos e não conseguia pensar em nada para escrever. Então, a falta de assunto acabou virando o assunto.
Muitas vezes não estamos expansivos, com vontade de ser comunicativos, com disposição para interação. Queremos ficar quietos, no nosso canto, sem falar mesmo. E não há nada de errado nisso. Querer ficar em silêncio vez ou outra faz parte da vida. Ninguém é ligado no 220 o tempo todo. Às vezes precisamos do silêncio e da solidão para refletir, descansar e recarregar as baterias.
Queremos pensar na vida, relaxar. Não ter a obrigação de ser simpático. E se for para não ser, realmente é melhor não sair de casa e evitar interagir. Nesses momentos, o bom é se aconchegar no nosso lar. E, como sempre digo, o lar pode ser casa e pode ser gente.
Pessoas que são lar não nos cobram quando estamos mais introspectivos. Elas apenas compreendem que precisamos de momentos assim para reequilibrar. Existe muita beleza no silêncio. Ele é bastante amigo da clareza mental. Quando conseguimos sair do turbilhão barulhento em que vivemos na maior parte do tempo, começamos a acalmar a mente e encontrar respostas para questões não tão simples. Passamos a aceitar que nem tudo está sob controle e ao nosso alcance para resolver e daí resta ter a paciência. Paciência essa que encontramos também na calmaria do silêncio e no lar – que pode ser casa e pode ser alguém.
Como é bom poder ficar em tranquilidade quando precisamos. Quando encontramos aconchego no calor das cobertas, no fogo da lareira, na comida quentinha, no abraço especial das pessoas que amamos. Quando não precisamos dizer nada nem dar explicações. Tomar um banho caloroso, acender uma vela perfumada, assistir a um bom filme com meia luz, vinho e uma manta confortável no sofá.
Quando não precisamos falar, pode significar que precisamos sentir.

Natália Carvalho* naticarvalhoo@gmail.com; @nnaticarvalho

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*Publicitária, Mestra e Doutoranda em Comunicação