Há uma semana o Brasil perdeu quem foi, provavelmente, seu maior comunicador de todos os tempos. Silvio Santos era uma potência comunicacional porque transitava entre diferentes perfis de público com grande facilidade. Sua linguagem alcançava desde políticos renomados até a população menos favorecida economicamente no Brasil inteiro.
Sílvio possuía uma simpatia ímpar. Nos dias de hoje, podemos questionar algumas atitudes comportamentais suas, é verdade. Algumas falas, que antigamente passavam despercebidas e hoje seriam facilmente questionadas. Outros tempos, ainda bem.
O que não se pode negar é que ele teve todo o sucesso porque gostava do que fazia. Sentia prazer em estar ali, portando aquele enorme microfone na lapela e entreter o seu auditório, que se estendia até a sala da nossa casa. Afinal, que nunca quis participar do Topa Tudo Por Dinheiro? Quem não deu boas risadas com a programação? Muitas vezes, quando pequena, me imaginei escolhendo uma das Portas da Esperança.
O apresentador, seguidamente citava, no ar, a sua concorrente, a Rede Globo. Fazia porque conhecia. Porque tinha consciência do papel que ocupava diante do seu público. Sabia quem era e porque estava ali naquele espaço, sendo tão aclamado pelas pessoas.
Muitos artistas que conviveram com Silvio Santos relataram sobre a energia única do apresentador. Algo no ar, que podia ser sentido de uma maneira diferente quando ele adentrava no ambiente. Alegria, energia forte, presença. E, talvez por isso, ele fosse tão consciente do lugar que ocupava na vida das pessoas. Quem ele era, concorrente nenhum poderia tirar.
Estamos em período de campanhas eleitorais nas cidades. E esta pode ser uma dica valiosa para candidatos a cargos públicos. Algumas coisas, não adianta forçar. O povo sente e reconhece de longe a energia das pessoas. Alguns brilham naturalmente. Outros, tentam construir personagens, narrativas sobre si e sobre seus adversários que acabam não se sustentando.
Quando focamos demais no outro, esquecemos de cuidar da nossa energia e todo mundo percebe o desalinhamento entre a imagem transmitida e o discurso falado.
O texto acima expressa a visão do(a) colunista, não necessariamente a do Jornal Nova Folha Regional
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