Recortes cotidianos
Onde foi que esquecemos a gentileza?
Natália Carvalho*
naticarvalhoo@gmail.com
@nnaticarvalho
No dia 13 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Gentileza. A data foi criada no Japão, em 1996, “a partir de constatações científicas de que a gentileza faz bem também a quem é gentil”, além de fazer bem a quem recebe a gentileza, por óbvio.
No Brasil, a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) é a responsável por realizar campanhas para promover o tema. As pesquisas revelam que atos simples em benefício do outro melhoram a qualidade de vida de todos. Mostram que as pessoas se tornam mais produtivas no trabalho, quando se trata de um ambiente onde as pessoas são gentis. Consequentemente, alcançam melhores cargos, sucesso e, logo, felicidade.
Mas o mais importante não é isso. O que importa é a diferença que um simples ato gentil pode causar no dia de uma pessoa. Muitos podem não fazer ideia, mas um gesto tão pequeninho e insignificante para quem pratica, pode ter sido o momento mais importante na vida de outro.
Um porteiro de prédio pode estar tendo um dia entediante e um simples sorriso ou bom dia caloroso de alguém que passa ali durante dez segundos muda a energia do dia dele. Um aluno que chega à sala de aula desmotivado depois de um dia inteiro de trabalho pode ter seu dia salvo por uma palavra de motivação do professor, no exato momento em que ele queria desistir de tudo.
Ouvir a história de vida de alguém pode ser o exato combustível que o amigo precisava para tomar coragem e resolver mudar radicalmente a sua rotina. Ouvir um: “vou contigo!” quando não estamos querendo ir à uma consulta pode ser tudo o que precisamos para então investigarmos algo que incomoda há tempos.
Alguém que faz um jantar quando chegamos em casa exaustos depois de um dia cheio. Alguém que pergunta se precisamos de ajuda, se queremos companhia, se queremos dividir as tarefas para que não fique pesado para ninguém. Alguém que vai e faz algo que teríamos de fazer, sem perguntar se precisamos. Alguém que diz: “fica aí, descansa, hoje eu cuido de tudo!”.
Ações tão simples, que não custam quase nada. Mas elas mudam o ambiente, acrescentam sorrisos, fazem toda a diferença na vida de alguém. Que sejamos nós os semeadores de gentileza. É o clássico: e se cada um fizesse um pouquinho? Se cada um promovesse a gentileza nos ambientes em que vive? Certamente todos seríamos mais simpáticos leves e felizes. Pensando aqui, acho que é isso que está em falta no mundo e o ambiente virtual raramente nos oferece: gentileza.
* Publicitária, Mestre e Doutoranda
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