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Regionalismo

DO NATAL UNIVERSAL AO GAÚCHO

Dorotéo Fagundes

De onde vem o Natal? Essa cultura vem de muito longe, mais de sete mil anos antes e já fora de homenagem ao nascimento do Deus Persa Mitra, que representava luz, tanto que no século dois, antes de Cristo, tornou-se uma das divindades mais respeitadas pelos romanos.


A festa cristã litúrgica do nascimento de Jesus Cristo, tem-se os primeiros indícios no Cronógrafo do ano 354, (que era um calendário romano ilustrado, do calígrafo Fúrio Dionísio Filócalo, ofertado aos aristocratas de Roma), quando os cristãos do ocidente já comemoravam a chegada dos Reis Magos em 6 de janeiro, na Epifânia (festa cristã que também comemora o batismo de Cristo).

Há muita controvérsia sobre o dia e o mês de nascimento de Jesus, tanto que a Bíblia Sagrada nada diz a respeito com exatidão do acontecimento que nos encanta e se firmou como festa religiosa fixada pelo imperador Constantino em 25 de dezembro, porque era o dia da grande celebração da festança solar, como explica o professor emérito de História Antiga da Universidade espanhola de Cantábria – Ramón Teja, especialista no cristianismo, dizendo que o verdadeiro Natal é o amor de Deus por nós, momento para falar e declarar aos que nos cercam o quanto são importantes nesta jornada, fazendo a diferença, engrandecendo nosso caminho. É acreditar no Papai Noel lúdico que transforma e incentiva o sonhar, é chamar o aniversariante para comemorar com sua mensagem de amor.


O Papai Noel que conhecemos é uma invenção marqueteira do cartunista alemão Thomas Nast, inspirada em São Nicolau, bispo católico, turco, do século três, que pegou fama de velhinho bondoso, pelo costume de dar presentes as crianças e dinheiro aos pobres, no 6 de janeiro, justamente no dia apregoado a chega dos Reis Magos em Belém, trazendo presentes à Família Sagrada. Depois da morte de São Nicolau, em 6 de dezembro, ficou esse o dia de se dar presentes, em reverência ao Santo Padre, até que a igreja assumiu o dia 25 de dezembro, do Imperador Constantino, como o dia de Natal e nascimento de Cristo, que modernamente o comércio encampou, pegando a tradição ao interesse mercantil, que não nos ofende, mas que jamais devia ter esquecido o real aniversariante, trocado por Papai Noel.


Por isso nossos folcloristas como Paixão Cortes, Nico Fagundes, pregavam incansavelmente o Natal Gaúcho, sem Papai Noel e Árvore de Natal, moda que nos impuseram depois da 1940, porque aqui o Natal até então, era e deveria ser, a moda açoriana, venerando simplesmente o menino Jesus no presépio, criado por São Francisco, para representar o momento do ciclo natalino, iniciado em 24 de dezembro, findando no dia 6 de janeiro, dia correto de dar e receber presentes pelo Natal.


Infelizmente essa tradição iniciada em 1223, passados quase 800 anos, vai minguando no mundo, mas felizmente enquanto existir um gaúcho, essa cultura se manterá em nossos ranchos, passando de geração a geração.


Para pensar: Porque em nosso aniversário o sujeito cultuado é o aniversariante, e no Natal de Cristo, festejamos um impostor?

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