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A vida e a televisão

Lembro nos anos 70 a chegada da energia elétrica na casa da família no interior. Logo um dos vizinhos comprava a primeira televisão e nossa curiosidade de crianças era ver como funcionava esse aparelho. Lembro de algumas vezes irmos assistir jogos de futebol. Algum tempo depois, conseguimos comprar a primeira televisão em preto e branco.
Nossos fins de semana mudaram a partir de então. Nos reuníamos para ver as novidades que trazia aquele aparelho. Mudamos, a partir de então, a rotina das brincadeiras. Por vezes eu imaginava que as pessoas que apareciam na TV pudessem nos ver, e em outros momentos me questionava por que as pessoas se matavam nos filmes, achando que tudo aquilo era real. O tempo foi passando e, por mais que se falasse nos avanços das tecnologias, nunca imaginava que um dia pudesse viver o momento que estamos com as facilidades do celular e da internet. Vejo crianças hoje acordando e domingo com o celular.
Sou de uma época em que, nos finais dos anos 90 e início dos anos 2000, debatia-se a questão do poder dos meios de comunicação, especificamente da televisão. Realizava-se uma programação de atividades na Semana Sem TV. Hoje discute-se muito o uso do celular no cotidiano das escolas. Proibir não é o melhor caminho, mas estabelecer regras e limites, sim. Lembro da frase do pensador J Ferres: “Uma escola que não ensina os alunos a assistir TV, não educa”, hoje poderíamos dizer que uma escola que não ensina a usar o celular e as novas tecnologias também não educa.
A bem da verdade, saudade do tempo que conseguíamos viver sem a dependência de tantas tecnologias. Mas vivemos num mundo sem volta. O desafio é como encontrar o equilíbrio no uso do celular, com a leitura de um livro, um jornal, em mais encontros presenciais com os amigos, encontros com a família, jogos e caminhadas.

Valmir Michelon/professor e jornalista


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