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Walter Galvani

O ÚLTIMO QUE SAIR APAGA A LUZ...

No jornalismo, quem não convive com o dia-a-dia de uma redação, não pode nem imaginar que se produzam episódios que levem os profissionais a se queixarem aos seus companheiros e companheiras em casa, pela certeza de haverem sofrido censura e que seja no recesso dos seus lares é que se lamentarão as perdas, o que lhes pode propiciar cenas de arrependimento e promessas, por vezes até vexatórias, de que continuarão e nem pensam em se rebelar, pois seguirão na luta por interesses talvez menores, mas que lhes permitirão a permanência nos empregos e com a circulação assegurada para os seus veículos.

Mesmo os mais convencidos ou que por acaso estejam distantes na hora da publicação, envolvidos em viagens ou tarefas específicas, dão prosseguimento às suas carreiras, ao perceberem que a realidade os afastara dos fatos objetivos e que talvez seja preferível partir para novas tarefas e desafios. E às vezes reaparecem em novos e surpreendentes veículos ou sacudidos por novas pautas.

Assim era em tempos atrás e se repetem hoje em dia, com fatos incômodos que só danificam os atingidos e os círculos jornalísticos onde se podem apreciar os efeitos do ciclone.

Assim as medidas disciplinares algumas delas bem drásticas, com que se atingem alguns jornalistas de renome nos meios de comunicação do Rio Grande, pegam os que não tiveram tempo de saltar fora da frigideira, enquanto os relativamente poderosos se cercavam de medidas acauteladoras para permitirem sua permanência e atribuíam à inexperiência dos, quem sabe mais jovens ou mais ousados, o preço pago pelo que acabou sendo uma saída em bloco.

Alguns nem serão notados, outros representam um vácuo considerável e será preciso pesar duas vezes ou mais, enquanto se dá o balanço dos últimos fatos e se verifica que não seria a hora de falar ou piar... Foram “saídos” e pronto! - os mais salientes estão dando explicações públicas e agora será preciso dar tempo ao tempo para que as situações se acomodem.

Não foi a primeira, nem será a última vez que os meios de comunicação passarão por uma “peneirada” desse tipo.

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Eu mesmo vivi, nos anos sessenta, uma sacudida de panela lá na Cia. Caldas Jr, e tivemos que conviver com a informação “fake” quando não se utilizava essa expressão em inglês para caracterizar uma medida político-administrativa – e aceitar uma redação enfraquecida pela saída de alguns dos seus redatores mais significativos.

Com o andar da carruagem as coisas iam se ajeitando e tocava-se em frente o esquema oficial, controlado com benévola isenção pelo Dr. Breno Caldas, ou se aceitava a violência na própria grei, que só na redação daa “Folha da Manhã” de então, arrancou 17 cabeças. Eles, os atingidos, se lembram bem. O resto, a poeira levantada engolfou e surgiram “novos talentos” para os primeiros planos...




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