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Regionalismo Dorotéo Fagundes

PELO DIA DO RÁDIO


O rádio OM, AM, FM ou seja, de ondas médias, curtas e frequência modulada que conhecemos é do século XX, sendo a descoberta da onda de rádio, por um físico escocês chamado James Maxwell. Já o inventor do transmissor e do receptor dessas ondas, foi bastante tumultuado o tributo, porque o Italiano Gulgielmo Marconi que patenteou a transmissão e recepção eletrônica por centelhas eletromagnéticas, se utilizou de 19 patentes de aparelhos do norte-americano Nikola Tesla, que acionou Marconi judicialmente, tendo a Corte dos Estados Unidos da América, concedida a Tesla, a autoria do invento, todavia no meio dessa peleia, existe a rica história de um padre cientista gaúcho chamado Roberto Landell de Moura, que concomitantemente aos Estados Unidos e Itália, desenvolveu solito seus equipamentos de rádio e em 1893, realizou o que ficou consagrado, como a primeira transmissão radiofônica do mundo, desde sua paróquia no Bairro Medianeira ao Morro Santa Tereza, em Porto Alegre, que lhe dá o título de inventor do rádio, vindo pois a mesma façanha, apenas em 1906 nos Estados Unidos por Lee de Foorest, experimentando a válvula tríodo, tendo as primeiras transmissões regulares, de entretenimento e difusão cultural pelo rádio, que formatou as estações, começado lá em 1920 na Argentina e nos Estados Unidos.


No Brasil, (o país pioneiro mundial do rádio), logo da façanha de Landell de Moura, o invento ficou por força de lei, a serviço exclusivo dos militares. Quando essa lei foi revogada, por Francisco de Sá, em 1919 no dia 7 de abril, aconteceu a segunda transmissão radiofônica por civis em Recife, na Ponte d’Uchoa, dando origem a primeira estação, a PRA 8, Rádio Clube de Pernambuco, liderada pelo telegrafista Antônio Joaquim Pereira, operada exclusivamente entre um grupo seleto de ouvinte. Isso mais uma vez comprova que o rádio acontecera primeiro no Brasil, depois no resto do planeta. Mas o grande impulso ao revolucionário invento gaúcho-brasileiro, teve seu primeiro momento popular histórico, no dia 7 de setembro de 1922, na cobertura da Exposição Internacional do Centenário da Independência no Rio de Janeiro, para dois estados, por receptores instalados em Niterói, Petrópolis/RJ e São Paulo, por uma antena instalada no Corcovado. Com isso foi transmitido o discurso de abertura pelo Presidente Epitácio Pessoa, na presença do Rei e da Rainha da Bélgica, bem como a noite, foi transmitindo direto do Teatro Municipal, a Opera O Guarani, sonorizando a exposição, que surpreendeu encantando a todos.

Essa proeza foi produzida pelo médico, escritor, Edgar Roquette Pinto e Henrique Morize, dando origem no ano seguinte, a primeira estação de rádio aberta do Brasil, fundada em 1923 com o nome de Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que foi doada em 1936 para o governo federal, e que funciona até hoje, com o nome de Rádio do MEC.


Coincidência ou não, em Porto Alegre, o uruguaio Juan Ganzo Fernandez, proprietário da telefonia estadual e seu operador, Evaristo Bicca (que viveu até a década de 80), fundaram no dia 7 de setembro de 1924, a Rádio Sociedade Riograndense, a primeira estação aberta do Rio Grande do Sul, que irradiou por dois anos, sendo sucumbida pelas rádios argentinas que entravam aqui com muito mais potência, até que em 1927, foi fundada a Rádio Sociedade Gaúcha, que desbancou os argentinos, firmando-se como a lendária Rádio Gaúcha, a terceira rádio estadual e a terceira maior emissora do Brasil em audiência na atualidade.

Já no interior gaúcho a primeira emissora, segunda estadual, nasceu em Pelotas, por um grupo de jovens entusiasmados com a radiofonia argentina, daí liderados pela família Sica, em 6 de junho de 1925 fundaram a Rádio Pelotense, a mais antiga rádio em pleno funcionamento no Estado.


Para pensar: Bem aventuradas as emissoras que nasceram para informar e não desinformar


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