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Recorte Cotidiano

Não consigo falar de outra coisa

Natália Carvalho*

naticarvalhoo@gmail.com

@nnaticarvalho

Já inicio esta coluna pedindo desculpa ao cronista esportivo por, de certa forma, invadir seu espaço. Mas não consegui pensar em nada mais emocionante para escrever nesta semana. Não tenho como escrever sobre qualquer outro tema depois de ter presenciado a apresentação de gala do Sport Club Internacional durante a noite de terça-feira.
Assisti pela televisão, é verdade. Compromissos com repouso e aula me fizeram ser responsável e não ir ao estádio. Mas de certa forma, eu estava lá, representada pela minha carteirinha e pelos meus. Recebi imagens do estádio o tempo inteiro. Amigos me dizendo que estavam comendo a pizza da sorte, como eu sempre faço antes do jogo. Trocando comentários durante a partida através do telefone, namorado trabalhando na reportagem e enviando mensagem a cada gol ou lance bonito do jogo, acreditando junto que seremos campeões.
O futebol tem uma atmosfera peculiar. Somos milhares, muitos de nós não nos conhecemos. Mas somos todos iguais, estamos todos em casa quando estamos no nosso estádio, fazemos dali pátio comum de todos nós. O Beira Rio é tão meu, da mesma forma que é tão da Carol, tão do Ricardo, tão do Alexandre, da Paula, da Alice, do Lucas e de tantos doidos e doidas que cruzam pelo mesmo caminho. O Inter é um legado para a Marina.

O dia de jogo proporciona um ritual singular para cada torcedor. Muitos têm suas simpatias, suas orações, camisa que não perde, manta que chama gol, a pizza da sorte e seu jeito próprio de torcer e acreditar que pode contribuir para vitória. Aqui não há espaço para o racional. É neste imaginário coletivo que nossas emoções podem vir à superfície sem que sofram qualquer tipo de julgamento.

Essa sincronia que acontece entre grupo de jogadores e torcida ganha jogos. Quando dirigentes e atletas entendem que a torcida ajuda a ganhar e “jogam” do mesmo lado, é muito difícil de parar. Assim como tudo na vida, quando paramos de dar atenção às críticas e a tudo que é negativo, o ambiente melhora. A torcida do Internacional voltou a acreditar. O clima está diferente.
Chegamos mais longe do que muitos acreditaram. E agora, quando vimos, faltam apenas três jogos para a conquista do maior título da América. Não estive no segundo jogo das quartas, mas estarei na semifinal, com minha carteirinha, meus amigos e amores, fazendo uma das coisas que mais gostamos, que é torcer para o Inter nas arquibancadas e vivendo toda a emoção que só o pátio lotado proporciona. Não sei vocês, mas eu acredito e vejo no semblante de cada colorado que seremos campeões. Com gols de Enner Valencia, defesas de Rochet, estratégias de Chacho Coudet e bençãos de Fernandão.


* Publicitária, Mestre e Doutorand

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