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Opinião

A vacina chegou

Depois de 1 milhão e 800 mil mortes no mundo, depois de 9 meses de pesquisas com gastos de bilhões de dólares, envolvimento de milhares de pesquisadores, enfim veio a notícia mais esperada do ano na mídia internacional: a vacina chegou! Esta foi a manchete em todos os jornais e noticiários de rádio e televisão no planeta. Comentaristas comemoraram a façanha da ciência que em tempo recorde conseguiu produzir as várias vacinas disponíveis contra o Covid-19, o conhecido Coronavírus, causador de doenças que atacam os pulmões, rins, coração e levam à morte e deixam sequelas aos que sobrevivem. O Brasil entra na casa dos 200 mil mortos, perdendo apenas para os Estados Unidos com seus mais de 340 mil mortos. O mundo todo, somando todos países, chegou ao final do ano de 2020 com 82 milhões de infectados pelo vírus, e 1,8 milhão de mortes. A chegada destas vacinas é um alento para as famílias na Terra.

Primeiramente a Rússia começou a vacinar em final de novembro, com a Sputinik 5, contestada pelo mundo ocidental que só considerou a primeira vacinação a dos ingleses, no início de dezembro. Depois vieram Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita, Chile, México, Costa Rica, Alemanha, Espanha, Itália, Bélgica e demais países do bloco Europeu, Argentina e mais 40 países que ainda em 2020 estavam vacinando seus habitantes. Porém o Brasil, considerado o Gigante da América do Sul, de riquezas exuberantes e cientistas renomados, sequer tem seringas suficientes para a vacinação. Nenhuma das 4 vacinas candidatas foi autorizada pelo órgão federal fiscalizador a ser aplicada e nenhum estado possui autonomia para comprar vacinas e aplicar nos seus cidadãos que movem a economia e a vida. Enquanto isso os números de dezenas de milhares de novos infectados e centenas de novas mortes crescem, lotando hospitais e causando dor física nos pacientes e dor espiritual nos familiares que sofrem perdas de entes queridos. É um caos anunciado que aumenta após as aglomerações irresponsáveis nas festas de natal e virada de ano. Comemorar o quê? A sobrevivência?
Enfim, a humanidade é assim: com parcelas de egoísmo e também de solidariedade. Mas com a chegada das vacinas, que no Brasil devem começar as aplicações em fins de janeiro e início de fevereiro, resta a esperança de dias melhores e o final da pandemia até o meio do ano novo. Mesmo que no Brasil a questão da vacinação tenha entrado em debate político e ideológico, devemos entender que só a vacina salva este cenário de milhares de mortes. Não importa se a vacina é russa, chinesa, inglesa, americana, alemã, o que importa é que todos devemos tomar, como já fizemos em muitas outras ocasiões desde os tempos de crianças, contra o sarampo, a meningite, paralisia, etc. Agora é contra o Covid-19. Está chegando a nossa hora, vamos entrar na fila e arregaçar a manga, antes tarde do que nunca. Porém a prevenção continua, com uso de máscara ao sair nas ruas e entrar em locais fechados, lavar as mãos toda hora e usar álcool em gel 70 após tocar nas coisas.
Quando chegar a vacinação aqui no RS... bora lá no postinho!


Vladimir Cunha dos Santos

Jornalista, escritor, professor de Sociologia formado pela UFRGS, secretário executivo da Adjori-RS.

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