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Jorge Cabral

Inquisição

Por Jorge Cabral


A Inquisição ou Santo Ofício, foi formada pela Igreja Católica por volta do século XIII. Eram tribunais que tinham por finalidade punir todos aqueles que fossem considerados hereges, pelo simples fato de não comungarem com o pensamento Católico. Não concordavam com a hegemonia da ideologia e seus conceitos. Na verdade, esses inquisitores utilizavam pseudos-verdades para legitimar esta infame conduta arbitrária, que não tinha como objetivo julgar, mas condenar, por interesses materiais diversos em nome de Deus.
Como um circo espetaculoso e macabro, decidiam sumariamente quem deveria morrer por práticas que diziam ser de curanderismo, feitiçaria ou bruxaria, o que na verdade eram pessoas que na época observavam através de estudos experimentais a utilização de plantas medicinais provocando a cura em tratamentos ministrados por eles. O que fez muitas vidas serem salvas. Fato que incomodou o poder da Igreja dividindo o monopólio da fé com a ciência. Outros morriam condenados por acreditarem em cultos à divindade de modo diverso, eram lhes atribuídos práticas de rituais satânicos. Outros morriam condenados pela cobiça, inveja, avareza ou pela fortuna. Eram acusados de heresia por indivíduos que esperavam a recompensa na divisão do espólio da vítima, como prêmio recebido pela usurpação do patrimônio a alheio. Segundo historiadores milhares de pessoas morreram incineradas nas santas fogueiras em nome de Deus. Conta-se de modo acanhado que no Brasil
mais de cem pessoas foram mortas pelos Tribunais da diabólica Inquisição. Assim eram esses tribunais formados por sacripantas esnobes e arrogantes que traziam suas empáfias às condenações previamente estabelecidas, pelas quais não eram por convicções honestas, mas por interesse corporativo, contrariando em seus fingimentos o ensinamento da filosofia política que pregavam para o bem do povo, vez que estavam mergulhados no espectro do mal. Executavam suas condenações em praças públicas em espetáculos de horror, muitas vezes ovacionados pela plebe incauta, ingênua e ignorante ou de má índole, servindo todos como massa de manobra inútil, mas útil ao intento escuso desses verdugos.
Tempo que não existe mais, ou será que ainda existem tribunais onde os acusadores formulam perguntas inquisitoriais de forma acusatória sem que o indagado tenha oportunidade de responder de modo a esclarecer aos membros parciais com C omportamentos P ermanentemente I ntolerantes, prontos para exararem condenações iluminando as praças com suas fogueiras de vaidades.
Jorge Claudio Cabral
Advogado e escritor

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