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A passagem de Belchior por Guaíba retratada em livro


O cantor e compositor Belchior, que faleceu em 30 de abril de 2017, ficou hospedado na casa do Advogado Jorge Cabral em Guaíba, localidade da Serrinha, de março a junho de 2013. Cabral conta em seu livro

Belchior – A História Que A Biografia Não Vai Contar, como foi sua experiência

quando o acolheu em eu sítio.

No livro, o autor narra a experiência vivida, às vezes como personagem coadjuvante da sua própria história e outras vezes, fatos contados sempre com muito humor por Belchior. Apresenta no livro, sob a forma intimista suas reflexões sobre o que ocorreu ao seu redor nesta ocasião, quando estava em sua casa o artista de quem havia tornado-se fã ainda na juventude e agora o tinha como amigo, enquanto ninguém sabia do paradeiro de Belchior devido à sua auto-reclusão.

Relata sobre a capacidade intelectual de Belchior, falava diversos idiomas, discorria sobre assuntos de quase todas as áreas do pensamento humano, ciência, filosofia, espiritualidade e cinema.

O livro pode ser adquirido diretamente com o autor pelo whatsapp 51-999.87.78.39 ou em Guaíba e Camaquã pela Livraria Entrelinhas.




Confira entrevista exclusiva com o advogado Jorge Cabral, colunista do jornal Nova Folha, onde relata passagem por Guaíba, do quarto do cantor e do sonho de comprar um sítio em Guaíba, entre outros.

Nova Folha : Como ele parou no teu sítio?

Cabral: Um amigo que possuía uma casa em Atlântida Sul me pediu que levasse um valor para comprar o gás de cozinha para alguém que estava em sua casa. Inicialmente não me disse quem era. Quando me dirigia para lá, me ligou dizendo que era Belchior hospedado em sua casa! Coincidentemente, naquele dia tinha no meu carro um CD de Belchior, fato que comprovei a ele solicitando autografá-lo .


Nova Folha: O que mais marcou a passagem dele na teu Sitio?

Cabral: O simples fato de conviver com ele por meses já foi muito marcante. E o fato dele sentir-se tão bem em minha casa, ao ponto de dizer que iria comprar um sítio para morar em Guaíba.


Nova Folha: Quanto tempo ele permaneceu?

Cabral: Conheci Belchior pessoalmente em fevereiro daquele ano, quando convidei para ir para o sítio já era março onde permaneceu até o final de junho. Depois passou ainda uma semana na minha casa em Porto Alegre.


Nova Folha : Como era o dia a dia dele na casa, a rotina?

Cabral: De manhã gostava de caminhar, apreciava o contato da natureza, com a rica fauna e a flora de Guaíba. Tinha conhecimento fitoterápico e conhecia as plantas e seus benefícios, pois era um apreciador de chás.


Nova Folha: O que ele mais curtia no sitio?

Cabral : O sossego, a paz de estar num local em contato com a natureza, longe do atropelo das cidades grandes que produzem barulhos aos ouvidos e a alma.


Nova Folha: Belchior cantava, escrevia musicas?

Cabral : Belchior sempre mencionou que estava compondo e escrevendo, no entanto nunca nos mostrou algo, o que fez em certos momentos duvidar, embora sentíamos que sempre se manifestava com sinceridade. Chegou a levar diversos poemas meus que disse que iria alguns musicar, para que fossemos parceiros em algumas canções.


Nova Folha: Belchior chegou a passear e conhecer a cidade?

Cabral: Lá da Serrinha levei Belchior para ver de um local a cidade de Guaíba, que se mostrou encantado com a paisagem de vê-la em local privilegiado, a beira do rio separando a Capital. Chegou a dizer que não entendia a razão dos gestores públicos não incentivar o turismo na cidade pela beleza geofísica. Ao ir embora passamos rapidamente pela cidade.


Nova Folha: Belchior passou todos os dias no teu sítio?

Cabral : Não, como disse anteriormente, ficou um tempo em Atlântida Sul na casa de um amigo, e quando estávamos lá, levávamos ele e a companheira para nossa casa, para refeições e conversas.


Nova Folha: Em relação ao livro, como foi a repercussão ?

Cabral : O livro teve uma boa aceitação pelos fãs e críticos, na forma que foi escrito, muitos que adquiriram o livro diretamente comigo, disseram depois que se sentiram no ambiente conversando com Belchior e terminaram a leitura, como se tivessem nos conhecido pessoalmente indo embora de nossa casa.

Nova Folha : O livro vai virar filme?

Cabral : Sim o livro chegou ao conhecimento da Produtora cinematográfica Guarujá, a qual teve interesse de retratar esse momento de Belchior em filme, justamente pela situação diferenciada deste recorte da vida dele que não está exposta em nenhum lugar da biografia.

Nova Folha : Algum outro projeto?

Cabral: Sobre o livro, contatos para no futuro realizar peça de teatro. Na literatura, estou escrevendo outro livro com situações decorrente da profissão com o nome provisório “ Além da Lei.”


Nova Folha : Ele deixou alguma lembrança na casa?

Cabral: Sob o ponto de vista material deixou o cajado que eu confeccionei ao vê-lo caminhando pelo sítio segurando um galho, com seu jeito professoral de filósofo e profeta, imaginei ele com o cajado, o que efetivamente fazia depois em suas caminhadas. A maior lembrança é a sua própria presença que permanece lá até hoje, inclusive, o quarto que ocupou, chamamos de “ o quarto de Belchior.”

Nova Follha : Pensas em algum momento abrir a casa para visitação?

Cabral: Não, o ambiente deverá ser preservado, como na época fizemos com o silêncio onde ele estava. O livro foi escrito pela própria sugestão de Belchior, quando me disse, que as história dele contadas em minha casa, passaram a ser minhas histórias. E como havia deixado na letra da canção “ Como Nossos Pais” que ele iria contar tudo que aconteceu com ele, já há muitos anos, achei que estava fazendo a vontade dele também.


Nova Folha: Como soube da morte de Belchior?

Cabral : Recebi a notícia por telefone no sítio cedo da manhã, daquele dia 30 de abril de 2017, através de alguns jornalistas do centro do país, o que nos fez calar, pois estávamos recendo a notícia, não de um artista famoso, mas de alguém que conviveu conosco por alguns meses e havia se tornado amigo. Fatos que estão descritos no livro entre outras histórias.






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